O americano Sean Karl Grebinger, procurado pela Interpol preso na última terça-feira (18), foi encontrado morto no presídio de Pouso Alegre (MG). A informação foi confirmada pela Polícia Civil. A suspeita é que ele tenha cometido suicídio na noite de quinta-feira (20). 136dj

Uma equipe da perícia da Polícia Civil foi até o local. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML).

Segundo o delegado regional da Polícia Civil, Renato Gavião, Sean deixou cartas. "Ele deixou cartas de despedida para a familiares e amigos. Deixou uma carta para a mãe, falou muito dos filhos dele nessa carta, falou pro amigo pra que cuide dos filhos dele", detalhou.

"Também trabalhamos com a hipótese de que ele estava sozinho na cela, então dificilmente teria sido vítima de homicídio. São indícios fortes de que ele se suicidou".

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Ainda conforme o delegado, a Polícia Civil irá enviar informações para a Polícia Federal e para o FBI. "Nós estamos em contato já, afim de mostrar as cartas para a polícia americana. A polícia vai até a família, levar a cópia dessas cartas. A preocupação da Polícia Civil agora é verificar o destino desse corpo, se ele vai para os Estados Unidos ou fica aqui no Brasil".

Sean, de 48 anos, era mantido no presídio da cidade no Sul de Minas enquanto aguardava o processo de extradição para retornar ao país de origem. Ele foi preso pela Polícia Federal após um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O americano era acusado de matar a esposa Crystal Dupuis Grebinger, em 2013, e ocultar o seu corpo, que jamais foi encontrado, no estado americano da Louisiana. O foragido estava na difusão vermelha de procurados da Interpol.

Além disso, segundo a Polícia Federal, ele agrediu outra mulher, com quem se casou no Brasil, no último dia 31 de janeiro.

O americano foi preso na casa onde morava com a atual companheira em Minas Gerais. Além dela, ele morava com dois filhos, um de 17 e o outro de 15 anos. Os adolescentes retornaram aos Estados Unidos na quinta-feira (20).

 

Vida de Sean 6vx72

 

Nos Estados Unidos, as investigações apuraram que Sean teve um longo histórico de abusos e violência contra a companheira Crystal na cidade de Lafaite, estado da Louisiana. Antes da morte, ela tinha obtido na Justiça americana medidas protetivas contra o então marido.

O FBI informou à Policia Federal Brasileira que Sean viajou ao Brasil e desembarcou em São Paulo duas semanas após a morte da mulher. No Brasil, ele se casou com uma brasileira, obtendo permissão de residência no país.

No histórico, ainda foi identificado que o americano declarou falsamente ter sido agente das forças especiais do contraterrorismo do Exército americano, além de simular perseguição política nos Estados Unidos, na tentativa de obter refúgio.

Antes de morar no Sul de Minas, ele morou com a companheira em Santos, no litoral paulista. A polícia brasileira suspeitou do americano e resolveu investigá-lo quando ele foi preso por violência doméstica.

Na época, ele ou por uma audiência de custódia e foi liberado. A Interpol afirmou que o norte-americano deixou a cidade de Santos com a esposa após o casal ter sido expulso da cidade pelos pais da mulher.

Após mais investigações, o Supremo Tribunal Federal expediu o mandado de prisão contra ele, cumprido na última terça-feira. O norte-americano, então, levado para o Presídio de Pouso Alegre, onde ficou à disposição da Suprema Corte Brasileira e aguardava a extradição para os Estados Unidos.