A mãe e o padrasto da menina de quatro anos que morreu nesta terça-feira (7) no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em Uberaba, tiveram o flagrante confirmado pela Polícia Civil. 5g1p4g

A polícia informou em coletiva para a imprensa que havia indícios de que a menina era frequentemente maltratada. Além disso, relatou que a mãe dela, de 22 anos, por omissão, e o padrasto, de 23 anos, tiveram envolvimento no crime.

Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil em Uberaba, Rodolfo Rosa Domingues, os dois vão responder pelo crime de tortura com morte. A prisão do casal ocorreu após trabalho em conjunto das polícias Civil e Militar, que resultaram em provas da prática de agressão à menina.

"Com a oitiva e o relatório da médica que atendeu a vítima no Hospital de Clínicas, além dos depoimentos de testemunhas e parentes da mãe da criança, chegamos à conclusão de que a criança tinha sido vítima de tortura, uma vez que apresentava lesões externas e de diferentes datas", disse Rodolfo.

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O delegado-chefe da Polícia Civil afirmou, ainda, que o exame preliminar do Instituto Médico Legal (IML) também serviu como prova de que a criança sofria agressões há muito tempo.

"O IML, por meio do legista, indicou que eram lesões de diferentes datas, com evolução e que a vítima estava sendo maltratada e recebendo intenso sofrimento físico do padrasto e da mãe", disse o delegado.

Rodolfo afirmou ainda que durante os depoimentos a mãe disse que não teria agredido a criança. No entanto, segundo o delegado, ela também responde pela omissão de socorro por não ter evitado as agressões à filha dela.

"Durante o auto de prisão em flagrante havia fortes indícios de que a autoria pesava sobre a mãe biológica. Ela foi autuada juntamente com o padrasto, vão responder pelo crime de tortura, por agressão física e até psicológica, com resultado morte que tem uma pena de 8 a 16 anos de reclusão", concluiu.

Os dois serão encaminhados ao presídio de Sacramento por recomendação do Comitê Estadual para o enfrentamento à Covid-19 para evitar o contágio e contato com os detentos que estão no sistema prisional.

 

O caso 5i3m5t

 

De acordo com a Polícia Militar (PM), a mãe da criança chegou em casa na segunda-feira (6) e encontrou a filha com algumas dores e lesões. Assim, a jovem foi com o acompanhante e com a filha para o Hospital da Criança, para receber atendimento.

Conforme consta no Boletim de Ocorrência, no local a equipe médica percebeu que a criança havia sido vítima de agressão física. Eles chegaram a comentar sobre chamar o Conselho Tutelar, momento em que perceberam que o padrasto mostrou preocupação.

Após exames médicos e a verificação da gravidade das lesões, a criança foi encaminhada para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), onde recebeu cuidados, mas não resistiu e morreu durante a madrugada desta terça, conforme nota da unidade.

 

Prisão 2j2p6m

 

A PM foi chamada pela equipe médica do HC-UFTM, que explicou sobre as lesões externas e internas da criança, sendo indicativo de homicídio. Nesta terça, os policiais fizeram contato com a mãe da vítima que, quando questionada, deu a versão falsa de que a filha havia ado o dia na casa dos avós do suspeito.

Em seguida, a mãe foi contraditada pelos familiares. Eles disseram que a criança ou o dia com o padrasto. Ela disse aos policiais que apresentou a versão inicial para proteger o companheiro, pois segundo ela, “a culpa cai sempre naquele que não é da família”.

Os policiais localizaram o padrasto, que confirmou ter ado o dia com a criança. Perguntado sobre o relacionamento com a menina, ele apresentou relatos controversos e negou ter praticado qualquer abuso.

Em seguida, os militares foram até o Centro Municipal de Educação (Cemei) Tutunas, onde a vítima estudava e, junto à diretoria, recolheu documentos que versam sobre possíveis violações aos direitos dela praticadas pela mãe e pelo padrasto.

Uma vizinha relatou que nos últimos dias percebeu que a criança sempre chorava e que este fato era recorrente após a saída da mãe. Ela afirmou que não tinha certeza de possíveis abusos, por esta razão nunca havia acionado a polícia.

Os policiais ainda localizaram outro vizinho, que afirmou ter levado o casal e a criança até o Hospital da Criança. Ele relatou que a menina teve convulsões durante o trajeto e que o casal cochilava.

A tia da vítima revelou que já ouviu versões de que o padrasto agredia e castigava a criança, mas que a mãe sempre duvidava da filha e que, de certo modo, protegia o companheiro.