Um novo caso suspeito de reinfecção por Covid-19 está sendo investigado em Arcos, segundo o boletim periódico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) divulgado na quarta-feira (18). Ainda de acordo com o boletim, Bom Despacho, Divinópolis e Cláudio seguem com um caso suspeito de reinfecção em investigação em cada uma delas. 4gw1d
Com relação a casos inconclusivos, não há mudanças no cenário registrado na região, de acordo com os números deste boletim, que corresponde à semana 33 de 2021. O Centro-Oeste de Minas permanece com 19 casos inconclusivos.
VEJA O BOLETIM ANTERIOR: Reinfecção por Covid-19: novo caso é investigado em Bom Despacho; veja situação no Centro-Oeste de Minas
Boletim epidemiológico de reinfeção
No Centro-Oeste, foram 19 casos encerrados como inconclusivos. Os registros foram nas cidades de Arcos, Bom Despacho, Cláudio, Divinópolis, Formiga, Itaúna, Pitangui e Piumhi. A região tem ainda quatro casos em investigação em Arcos, Bom Despacho, Cláudio e Divinópolis.
Veja abaixo o panorama das investigações divulgadas pela SES-MG nas cidades do Centro-Oeste de Minas:
Casos suspeitos de reinfecção investigados por cidade
Cidade | Inconclusivo | Em investigação | Descartado | Confirmado | Notificado/Total |
Arcos | 5 | 1 | - | - | 6 |
Bom Despacho | 1 | 1 | - | - | 2 |
Cláudio | 3 | 1 | - | - | 4 |
Divinópolis | 1 | 1 | - | - | 2 |
Formiga | 5 | - | - | - | 5 |
Itaúna | 1 | - | - | - | 1 |
Pitangui | 1 | - | - | - | 1 |
Piumhi | 2 | - | - | - | 2 |
Fonte: SES-MG
A SES-MG considera para investigação o indivíduo com dois resultados positivos de RT-PCR em tempo real para o vírus SARS-CoV-2, com intervalo igual ou superior a 60 dias entre os dois episódios de infecção respiratória, independente da condição clínica observada nos dois episódios, desde que tenha amostras respiratórias (pelo menos, uma de cada episódio de infecção) disponíveis e viáveis para investigação
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O informe mostra que Minas Gerais tem 421 casos notificados de reinfecção por Covid-19. Destes, 158 casos estão em investigação, quatro casos foram descartados e outros 258 casos foram encerrados como inconclusivos. O único caso de reinfecção confirmado no Estado, até o momento, é de um paciente de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Como os casos são investigados em MG?
As investigações de reinfecção são realizadas por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e regionais de saúde.
Pelo protocolo, a SES-MG considera casos suspeitos de reinfecção aqueles em que a pessoa apresentou novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente.
O que se sabe sobre contaminados pela 2ª vez
Abaixo, em tópicos as pesquisas e as diretrizes mais recentes dos órgãos de saúde apontam sobre o tema.
- O que é a reinfecção?
- O que é preciso para atestar um caso de reinfecção?
- A reinfecção é comum apenas para o Sars-Cov-2?
- Dois testes positivos são suficientes para atestar a reinfecção?
- Quais os casos de reinfecção confirmados pelo mundo?
- Há casos de reinfecção confirmados no Brasil?
1 - O que é a reinfecção?
A reinfecção acontece quando a pessoa se recupera da Covid-19 e tempos depois ela adoece novamente. Para confirmar a recontaminação, é preciso provar que o código genético do primeiro vírus é diferente do segundo. O código genético é como se fosse uma impressão digital do vírus.
2 - O que define um caso de reinfecção?
No fim de outubro, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica com regras para a definição de casos suspeitos de reinfecção. Para que isso seja caracterizado, o indivíduo precisará de dois resultados positivos de RT-PCR, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios, independentemente da condição clínica. O outro ponto é a conservação adequada das amostras.
"A reinfecção por cepas homólogas é uma possibilidade, mas no atual cenário, e em virtude do conhecimento de que o SARS-CoV-2 pode provocar eventualmente infecções por períodos prolongados de alguns meses, faz-se necessário determinar critérios de confirmação, como sequenciamento genômico, para comprovação de que se tratam de infecções em episódios diversos, por cepas virais diferentes", informou a nota.
3 - A reinfecção é comum apenas para o Sars-Cov-2?
Denise Garrett diz que os casos de reinfecção já eram conhecidos entre pacientes infectados por outros coronavírus comuns. Vírus que causam infecções das vias respiratórias, como a Covid-19, podem ocorrer duas ou mais vezes.
4 - Dois testes positivos são suficientes para atestar a reinfecção?
A imunologista e professora da Faculdade de Medicina e do Instituto de Medicina Tropical da USP, Ester Sabino, explica que o teste RT-PCR (teste que coleta o material da garganta e do nariz do paciente com um cotonete) positivo duas vezes não indica a reinfecção.
“Nós sabemos que reinfecção acontece, mas a ciência não conseguiu definir com qual frequência ela acontece. Os estudos usam métodos complexos para comprovar a reinfecção. É preciso sequenciar os vírus e eles precisam ser de cepas diferentes" - Ester Sabino, imunologista.
Confirmar reinfecções acaba sendo difícil porque, na maioria das vezes, os cientistas não sabem o código genético do vírus que contaminou a pessoa pela primeira vez, para, então, compará-lo com o código do segundo vírus.
“Para provar a reinfecção precisamos sequenciar o genoma do vírus. Esse teste é complicado, especializado. Por isso, é raro conseguir provar que é uma reinfecção”, explicou Garrett.
"É difícil separar os casos de pessoas que ficam com o PCR positivo prolongado, de pessoas que ficaram com o vírus e ele reapareceu, ou se realmente a pessoa pegou de novo", completou Sabino.