O trecho do Lago de Furnas, em Capitólio, onde o paredão de pedra caiu, atingiu três lanchas e ocasionou a morte de dez pessoas, segue interditado mais de dois meses após o acidente. A informação foi confirmada pelo secretário de turismo Lucas Arantes, nesta quarta-feira (16). 723t4v

Segundo ele, está em andamento a elaboração de um plano de segurança para que o local seja desinterditado.

O acidente ocorreu no início da tarde de um sábado, dia 8 de janeiro, no Lago de Furnas. No dia em que a tragédia completou um mês, a Prefeitura fez o lançamento de um projeto chamado de "Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas".

A Polícia Civil apresentou, no início deste mês, um balanço das investigações que não apontou responsáveis ou culpados pelo desabamento, mas fez uma série de orientações para evitar acidentes na região.

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Plano de segurança 184z4c

 

O plano e composto por diversas ações, de acordo com o secretário de Turismo. Entre eles, Lucas informou que deverá ser apresentado um termo de reconhecimento de risco assinado pelos ageiros.

"Vamos ter que elaborar um plano de visitações com restrições de número de embarcações. Precisamos fazer o monitoramento geológico do local diariamente. Também temos que intensificar a fiscalização, fazer sinalização do local. Cada empresa deverá apresentar um termo de conhecimento de risco assinado pelos ageiros", explicou.

O secretário explicou ainda que a maioria das demandas está adiantada e, em breve, o local poderá ser desinterditado com segurança.

Lucas reforçou ainda que, com exceção do local onde ocorreu o acidente, todas as demais partes do Lago de Furnas estão abertas e aptas a receber turistas.

 

Inquérito finalizado 457036

 

A Polícia Civil apresentou no dia 4 deste mês, durante coletiva de imprensa, o resultado do inquérito. Após mais de 30 dias de investigação, foi concluído que não houve responsáveis ou culpados pelo desabamento. Porém, algumas irregularidades foram encontradas na região e chamaram a atenção da polícia

O delegado regional de os, responsável pelo inquérito, Marcos Pimenta, em entrevista concedida anteriormente ao g1 explicou o que foi detectado.

"Nós averiguamos eventuais irregularidades do empreendimento, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da placa rochosa. Se houvesse (conexão), indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado", afirmou.

A polícia também identificou que apenas crianças e idosos utilizavam coletes salva-vidas e que a legislação permitia até 40 embarcações nos cânions, o que, para a instituição, é um número muito elevado.

No dia da tragédia, foram contabilizadas oito embarcações e uma moto aquática. No entanto, segundo a Polícia Civil, nenhuma dessas irregularidades contribuiu para a queda da rocha.

 

Alerta e recomendação 355c3r

 

O trabalho de investigação da policia também contou com auxilio de geólogos, que alertaram para futuros outros acidentes.

 

"Tem rocha lá em que é necessário intervenção urgente", afirmou o perito e geólogo Otávio Guerra.

 

Diante disso, a polícia fez algumas sugestões para Prefeitura no sentido de adotar mais medidas e de segurança. Entre as ações sugeridas pela polícia, o mapeamento das zonas de risco foi feito em fevereiro por geólogos vindos de outros estados.

Perito criminal de os,  Rogério Shibata, delegado regional de os, Marcos Pimenta, e perito criminal Otávio Guerra — Foto: Flávia Cristini / TV Globo

Perito criminal de os, Rogério Shibata, delegado regional de os, Marcos Pimenta, e perito criminal Otávio Guerra — Foto: Flávia Cristini / TV Globo

 

Relembre a tragédia 224427

 

O acidente ocorreu no início da tarde de um sábado no Lago de Furnas, quando um grupo 10 turistas, a maioria da mesma família, alugou uma lancha para percorrer a região que é rodeada por paredões rochosos.

No momento em que as embarcações ficaram paradas, uma das rochas se desprendeu e atingiu a lancha. Algumas pessoas que perceberam o que ia ocorrer tentaram avisar, mas não tiveram sucesso.