O corpo do recém-nascido Rogério Cardoso de Almeida Filho, que morreu após o parto, foi encontrado em meio a lixo de hospital, em Aparecida de Goiânia (GO). Inicialmente, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia chegou a dizer que o corpo havia sido incinerado, mas a empresa responsável pela coleta hospitalar o encontrou. A família estuda processar os responsáveis. 424c2f

Aproximadamente 12h após nascer, o pequeno Rogério teve complicações e acabou morrendo antes de ser transferido para uma unidade de alta complexidade, na manhã da última sexta-feira (25). Após o óbito, o bebê desapareceu da Maternidade Marlene Teixeira que, inicialmente, não soube informar onde o corpo estava.

Mais de 24h após o desaparecimento do corpo do bebê, a SMS informou que o corpo teria sido incinerado por engano pela Resíduo Zero Ambiental, empresa responsável por recolher o lixo hospitalar. Contudo, a empresa negou que viole resíduos de seus clientes e que nada de anormal foi identificado em suas operações no dia do ocorrido.

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Em uma reviravolta, nessa segunda-feira (28), o corpo do bebê foi encontrado durante uma busca da Polícia Técnico Científica. De acordo com nota da SMS (leia abaixo na íntegra), “o corpo foi localizado nas dependências da empresa Resíduo Zero e será entregue à família para sepultamento”. A secretaria ainda informou que “implementou sindicância istrativa e estabeleceu um Grupo de Intervenção Hospitalar para fiscalização da Maternidade quanto ao cumprimento de todos os protocolos”.

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Segundo nota da Resíduo Zero Ambiental (leia abaixo na íntegra), “em nenhum momento a empresa informou que o resíduo coletado havia sido incinerado”. A empresa também afirma que a maternidade e a SMS “se precipitaram erroneamente ao afirmarem isso”.

A empresa continua e diz que “após tomar conhecimento da possibilidade de existir um corpo dentro de suas instalações, a empresa determinou que o resíduo armazenado não fosse tratado até que as buscas ou perícias fossem realizadas adequadamente pela Polícia Civil e peritos”. Por fim, ela lamentou o ocorrido e afirma estar à disposição para mais esclarecimentos.

Processo 4k201j

Ao G1, o advogado que representa a família, Rubens Barbosa, explicou que a família está muito abalada e prefere não dar entrevistas. Segundo o defensor, o corpo ainda está no IML (Instituto Médico Legal) e deve ar por perícia.

“Vou pedir que eles façam também uma perícia, se possível, para apurar se houve algum erro médico que possa ter contribuído para a morte dele, por exemplo. Eles [os pais] vão lá mais tarde para reconhecer o corpo e vamos tomar as providências para o enterro”, explicou.

O advogado estuda entrar com uma ação contra os responsáveis. “Primeiro vamos ver a investigação, que é o mais importante. Quero depois conversar com o delegado para ver a possibilidade de juntar uma procuração”, completou.

Nota da Resíduo Zero Ambiental: m3m

“A Resíduo Zero Ambiental esclarece que é responsável pelo recolhimento dos resíduos biológicos e perfurocortantes das unidades de saúde municipal de Aparecida de Goiânia.

Os resíduos são coletados conforme procedimento operacional específico, que, entre outros, veda expressamente a violação dos resíduos por parte de seus funcionários, para evitar qualquer tipo de contaminação.

A coleta dos resíduos hospitalares na Maternidade Marlene Teixeira foi realizada na sexta-feira, 25. Como de praxe, no local de sempre, indicado pela maternidade, sem que os colaboradores da Resíduo Zero Ambiental tivessem o às demais dependências internas da maternidade (apenas ao local determinado para descarte de resíduos).

A coleta dos resíduos hospitalares foi realizada conforme o procedimento, com atestação de servidor da maternidade, que assinou o documento (Ticket de Pesagem) às 14h40.

Em seguida, os resíduos foram encaminhados para a empresa seguindo o rito para o processo de tratamento.

Embora parte dos resíduos coletados na última sexta-feira tenham recebido tratamento térmico no mesmo dia, o corpo estava em outro container, que ainda não havia ado pelo processo de tratamento.

Em nenhum momento a empresa informou que o resíduo coletado havia sido incinerado. A Maternidade e a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia se precipitaram erroneamente ao afirmarem isso.

Após tomar conhecimento da possibilidade de existir um corpo dentro de suas instalações, a empresa determinou que o resíduo armazenado não fosse tratado até que as buscas ou perícias fossem realizadas adequadamente pela Polícia Civil e peritos.

A Resíduo Zero Ambiental lamenta o ocorrido. A empresa contribuiu para os esclarecimentos dos fatos, fornecendo as devidas informações e permanecendo à disposição da Polícia Civil e demais autoridades.

Por fim, novamente presta sua solidariedade à família e permanece à disposição para informações adicionais acerca de suas atividades”.

Nota da SMS de Aparecida de Goiânia: 43v1m

“A Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia informa que o corpo do recém-nascido Rogério Cardoso de Almeida Filho foi localizado nas dependências da empresa Resíduo Zero e será entregue à família para sepultamento.

A Secretaria esclarece que aguarda as conclusões das investigações policiais e que irá aplicar todas as sanções cabíveis aos responsáveis. A pasta também implementou sindicância istrativa e estabeleceu um Grupo de Intervenção Hospitalar para fiscalização da Maternidade quanto ao cumprimento de todos os protocolos estabelecidos pela Secretaria.

Conforme explicado anteriormente, o corpo do recém-nascido estava devidamente identificado, acondicionado em refrigeração, quando foi recolhido de forma equivocada pela empresa, que informou erroneamente à istração da Secretaria que já havia incinerado o material.

A Secretaria lamenta profundamente todo o ocorrido e afirma que está oferecendo assistência aos familiares”.